Pré-Jogo: Final da Copa

"Oh Ceará, meu amor sem fim, tu és orgulho, tudo para mim. Sou alvinegro, Ceará de coração, e sempre vou cantar, te amo meu Vozão."

"Meu coração vai disparar, sair pela boca, não dá pra segurar minha paixão muito louca. Galo é minha vida, razão de viver, atleticano, sou até morrer."

Chegou o grande dia. É hoje, a final da Copa do Brasil. Com o Brasileirão já fora de seus alcances e o São Paulo tendo vencido a Libertadores, só resta a Copa do Brasil para o Galo e o Vovô. O Atlético, campeão brasileiro do ano passado, chega com força para conquistar o segundo bicampeonato, afastando de vez a zoeira de monotítulo. Já on Ceará tem a chance de ganhar seu primeiro título sob o uruguaio Tomás Turbano, além de poder ganhar seu primeiro título nacional, uma vez que o Vovô é o único time cearense de expressão que não o tem. 

O Ceará tem uma história bem turbulenta quanto a Copa do Brasil. Bateu na trave em 1994, quando ainda disputava a segunda divisão do Campeonato Brasileiro, perdendo na final pro Grêmio. Depois de chegar na final aquele ano, caiu nas semifinais para o Fluminense na Copa do Brasil de 2005 e pro Curitiba em 2011. Já nas quartas de finais, o time ficou para trás em 1993, pelo Vasco, 1997, pelo Palmeiras, e 2020, pelo São Paulo.

Já o Atlético, após o título brasileiro, quer mais um para a sala de troféus. O time venceu sua única Copa do Brasil em 2014 sobre seu arquirrival celeste, uma das duas únicas finais de Copa do Brasil a ser decidida em um clássico, e a primeira até então. A visita mais recente do Atlético à final foi em 2016, ano em que perdeu para o Grêmio, que venceu a Libertadores no ano seguinte. O time foi semifinalista em 2000, caindo pro São Paulo, em 2002, perdendo pro Brasiliense e em 2020, perdendo pro Flamengo. Em 1989 (Goiás), 1990 (Goiás), 1994 (Vasco), 1995 (Vasco), 2003 (Sport), 2005 (Ceará), 2006 (Flamengo), 2008 (Botafogo), 2010 (Santos), 2017 (Botafogo) e 2019 (Cruzeiro), o time parou nas quartas de finais.

Destaca-se que o duelo alvinegro já se enfrentou outra vez em Copa do Brasil, nas quartas de finais de 2005. No jogo de ida, no Mineirão, os times empataram em 1 a 1, com gols de André Turatto, pelo Ceará e Fábio Júnior, pelo Atlético. Já no Castelão, o Ceará fez 2 a 0 no Galo, com gols de Camanducaia e Maurílio. 

Já na final de hoje, que acontecerá em breve, a preparação já começou. O Ceará saiu de Fortaleza segunda-feira, imediatamente depois do jogo contra o Sport. A delegação do time conta com Alli, Charles, De Vrij, Felipe Vizeu, Foden, Gosens, Grealish, Kyle Walker, Luis Alberto, Mount, Muslera, Ndidi, Pogba, Salah, Soyuncu, Vardy, Vertoghen, Vinicius Machado e Zé Gabriel. O técnico Tomás Turbano surpreendeu no seu no CT Hélio Dourado, do Grêmio, ao realizar um treino aberto. O uruguaio deve ir pro jogo com Muslera no gol, Walker e Gosens nas laterais, Vertoghen e Soyuncu na zaga, Charles na volância, Pogba e Mount como meias e, no ataque, Salah, Vardy e Grealish. Notáveis ausências são Luis Alberto, Zé Gabriel e Felipe Vizeu, todos os quais tem tido muita rodagem no elenco do Ceará. 

A torcida do Ceará deu essa despedida pro Vozão no Aeroporto de Fortaleza

Já pro Galo, o time não realizou treinos em Porto Alegre, tendo saído de BH só ontem, e se concentrou cedo no Beira-Rio, tendo passado o dia no estádio. Os relacionados do time de Guillermo Vilela são Alan Franco, Alba, Cancelo, Dias, Éverson, Gnabry, Guga, Gündogan, Hazard, James Rodríguez, Kimmich, Maignan, Savinho, Sergio Busquets, Theo Hernández, Upamecano e Veratti. O italiano não disponibilizou a sua escalação para o jogo ainda, e há muito mistério nos bastidores sobre o time que ele levará a campo. 

Galoucura e outras organizadas do Atlético na despedida do time de Belo Horizonte. 

No Beira-Rio, as torcidas já começam a empilhar para dentro do estádio. A organizada da Cearamor, que tem um contingente registrado de 6 mil torcedores para a partida, ficará no gol esquerdo, junto a Torcida Jovem do Ceará. Os 8 mil membros da Galoucura, por sua vez, ficarão atrás do gol direito, ao lado da Torcida Fúria Alvinegra. O resto do estádio está disponível para outros torcedores. Enquetes do lado de fora do estádio indicam que a maioria da torcida é atleticana, sendo ela mais ou menos 62% dos entrevistados. 27% dos entrevistados eram torcedores do Vozão, e os 11% restantes não responderam ou disseram ser torcedores de outros times, principalmente Grêmio e Internacional. A torcida pagante no Beira-Rio é de 45 mil de torcedores. A final começará em breve e a ansiedade, de ambos os lados, é imensa. 

Diego de Carvalho